A Terapia Familiar Sistêmica, é um tipo de terapia que se aplica a famílias ou a casais, em que os membros possuem algum nível de relacionamento. Tende a compreender os problemas em termos de sistemas de interação entre os membros de uma família. Desse modo, os relacionamentos familiares são considerados como fator determinante para a saúde mental, e os problemas familiares são vistos mais como um resultado das interações sistêmicas do que como uma característica particular de um indivíduo.
O Pensamento Sistêmico surgiu, no século XX, em contraposição ao pensamento “reducionista-mecanicista”, herdado dos filósofos da Revolução Científica do século XVII, como Descartes, Bacon e Newton. É uma forma de abordagem da realidade que compreende o desenvolvimento humano sobre a perspectiva da complexidade. O Pensamento Sistêmico não nega a racionalidade científica, porém acredita que ela não oferece parâmetros suficientes para o desenvolvimento humano. Assim, deve ser desenvolvida conjuntamente com a subjetividade das artes e das diversas tradições culturais. É considerado como componente do paradigma emergente, representado por cientistas, pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. Por definição, aliás, o Pensamento Sistêmico inclui a interdisciplinaridade. É importante destacar sua abordagem sistêmica, que lança olhar não somente para o indivíduo isoladamente, pois considera, também, seu contexto e as relações aí estabelecidas. Para se pensar de forma sistêmica, é necessário ter uma nova forma de olhar o mundo e o homem. Além disso, também é exigida uma mudança de postura por parte do cientista, postura esta que propicia ampliar o foco e entender que o indivíduo não é o único responsável por ser portador de um sintoma, mas, sim, que existem relações que mantêm esse sintoma.
A Terapia Familiar Sistêmica consiste em uma abordagem terapêutica em que todos os indivíduos participam da sessão. A família funciona como um todo, e as pessoas interagem umas com as outras e influenciam essas relações em apoio mútuo. O terapeuta familiar pode oferecer uma melhora das interações no interior do sistema familiar e fazer um processo de recodificação de mensagens, possibilitando maior compreensão nas suas comunicações. Também pode facilitar uma busca e descoberta de novos caminhos de relação sistêmica, incitar a todos para atuarem e descobrirem onde convém introduzir mudanças, para favorecer uma evolução e um amadurecimento ao paciente identificado e em todo sistema.